quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diplomas de jornalismo no lixo


Já desconfiava que tinha este sentimento, mas agora eu tenho certeza. EU ODEIO GILMAR MENDES!

O grande parceiro do banqueiro Daniel Dantas acaba de acertar um grande golpe, como um belo gancho no queixo do adversário, em mim e em vários estudantes de jornalismo Brasil afora, além dos profissionais da área de comunicação.

Estou no último semestre de jornalismo, e durante esses quatros anos o curso foi pego por várias mudanças. Um acordo ortográfico, para quem irá diretamente com as palavras; uma reforma na grade curricular do curso de jornalismo e agora, que estou preste a receber meu diploma, o Supremo Tribunal Federal diz que ele é desnecessário.

O pulha do Gilmar Mendes, mas uma vez abraçado com um grupo elitista (dessa vez com o Sindicato das Empresas de Rádio e Tv do Estado de São Paulo e não mais com o grupo Oportunnity), foi o relator do processo que extinguiu a exigência do diploma de jornalismo para exercer a profissão. Para explicar o voto, o presidente do STF comparou jornalistas a cozinheiros. “Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área”, comparou. “O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão”.

Concordo que pessoas que não são jornalistas, às vezes, escrevem textos muito melhores que os próprios jornalistas, estão aí os médicos Dráuzio Varela e Roberto Vieira que não me deixam mentir. Estou de acordo também que as faculdades de comunicação não dão a real noção do que é a vida dentro de uma redação. Só a prática do dia a dia nos mostra isso, falo isso como depoimento de um estagiário de jornada dupla.

Outra certeza que tenho, ficou mais clara após essa decisão do Gilmar Mendes e seus companheiros de tribunal. O Brasil é o país da ambiguidade. O país que faz uma reforma ortográfica com milhões de analfabetos, funcionais e não-funcionais, em seu território. Impõe uma lei seca onde a propaganda de bebidas alcoólicas é muito maior do que é propagação da lei. Agora não obriga o uso do diploma de um curso que está em reformulação curricular pelo próprio Ministério da educação.

Prece de um foca: “Jesus, imploro vossa misericórdia por este pobre principiante a comunicador. Fazei que quatro anos dentro de uma faculdade particular, gastando o dinheiro que nem mesmo tinha, valham a pena. Sei que os jornalistas costumam ser bem mais pecadores que outros humanos, acredito que só advogados são piores que nós. Mas Tu que olha por todos, fazei que aquele canudo de papel que recebemos ao fim da graduação ainda sirva para alguma coisa além de enfeitar minha sala numa moldura de vidro. Já que não posso recorrer à lei, recorro a Ti. Amém

Um comentário:

Vivi Rocha disse...

Concordo com o que você expôs. A não obrigação do diploma de jornalismo é apenas uma manobra política para evitar que outros podres do senhor Gilmar Mendes venhma a público!

Vivi Rocha