domingo, 25 de outubro de 2009

Não quero ser correspondente na Arábia Saudita


Outra cultura, uma boa grana e a oportunidade de ter uma experiência de vida única. Abro mão de tudo se o local que pode oferecer tudo isso for a Arábia Saudita.

Jornalismo naquela parte do mundo, sim, é a profissão perigo. Não que uma bomba vá cair do céu na terra de Osama Bin Ladden, nem que um dos milhares de poços de petróleo, do país dos sheiks, venha explodir.

O problema é que vários temas, que para nós é corriqueiro, para os saudista é um grande tabu. O sexo fora do casamento é um dos maiores desses tabus.

Uma jornalista foi condenada neste sábado na Arábia Saudita a receber 60 chibatadas por ter feito uma entrevista para um programa de TV com um homem saudita que admitiu ter mantido relações sexuais fora do casamento.

Mazen Abdul Jawad, o vacilão que pulou a cerca, foi condenado a cinco anos de prisão e mil chibatadas.

O programa foi produzido pela emissora libanesa LBC, que vem sendo atacada, há muito tempo, por líderes religiosos sauditas por ser um dos principais canais árabes por satélite a transmitir programas para o país com cantoras e atrizes árabes vestidas de maneira sensual.

Por ironia, ou não, a LBC é co-propriedade do príncipe saudita Alwaleed bin Talal, bilionário e magnata da mídia na Arábia Saudita.

Hipocrisia? Tirem suas próprias conclusões