segunda-feira, 22 de junho de 2009

A minha herança do baião


A época é propícia. Nada mais clichê do que falar de Luiz Gonzaga no São João. Mais nunca é demais falar do maior ícone do nordeste brasileiro.

Histórias de super-heróis sempre nos chamam muita atenção. Luiz Gonzaga do Nascimento, filho da cidade de Exu, como os heróis dos quadrinhos seu traje inconfundível, o de cangaceiro. Carregava sua arma no peito, uma Scandalli de oitenta baixos, que disparava acordes certeiros nos corações.

A missão de herói do sertão foi propagar seu lugar como antes nenhum outro havia feito. Dores, angústia, festas e alegrias do sertanejo foram conhecidas Brasil afora pela voz de Gonzaga.

Você pode achar que sou novo demais para falar disso, ou que sou um pseudo-nostálgico. Tive um avô sanfoneiro e sertanejo, e isso me fez está perto do forró, do baião, do xaxado e do xote, desde muito cedo. Acredito que esta tenha sido a minha primeira experiência com a música. As festas de São João na casa do meu avô tinham uma trilha sonora única todos os anos, Luiz Gonzaga de cabo a rabo.

Vai fazer 20 anos que o Rei do Baião morreu e 12 que meu avô se foi. Mas ambos estão muito presentes em minha vida. Não só pelo retrato do único encontro dos dois, no aeroporto do Recife, que está pendurado na sala aqui de casa, mas por boa parte do legado cultural que levo e orgulho que tenho de ser nordestino. Mesmo que a certidão de nascimento diga o contrário.

Salve Luiz Gonzaga.

Salve Zacarias Aguiar.

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