terça-feira, 31 de agosto de 2010

Está chovendo merda na França

Em 26 anos de vida nesse lugar assombroso que chamam de mundo já ouvi/vi/li diversas coisas que sempre me levam a um único pensamento; “Onde esse mundo vai parar?”.

Depois de já ter ouvido falar em chuva ácida, chuva de granizo, chuva de vento, chuva de canivetes e inclusive de água, eis que agora na França deu para chover merda!

Isso mesmo, cocô, Excrementos ou como queiram chamar.

Desde maio que o vilarejo de Saint-Pandelon, no sudoeste do país de Sarkozy, que os moradores se queixam de gotas marrons que caem do céu, com cheiro e textura de matéria fecal.

No começo da temporada das tempestades fedrentas, os 750 moradores do local achavam a história engraçada. Passados 4 meses das contantes quedas de merda do céu, os franceses estão ficando preocupados com a frenquencia da incômoda garoa, que deixam parte da cidade com o ar irrespirável.

As crianças não podem mais brincar nas ruas e os moradores estão evitando comer as frutas e legumes das hortas locais. Eles também não fazem mais churrascos ao ar livre nesse período do verão na Europa.

A primeira hipótese levantada pelos moradores para explicar o fenômeno foi a de que aviões estariam despejando o conteúdo de seus banheiros sobre a região.Mas isso seria impossível, afirmou a Direção Geral da Aviação Civil da França, acrescentando que "os aviões de linha são pressurizados e não é possível despejar o conteúdo de banheiros ou de nenhuma outra coisa".

Segundo a polícia o que pode estar causando a chuva de bosta são passarinhos cagões de uma espécie conhecida como andorinhões, que se instalarm no vilarejo durante a estação.

"Esse pássaro tem a particularidade de voar o tempo todo e se alimentar em pleno voo. Por isso as fezes caem durante o dia e à noite", afirmou o capitão Michel Brethes, da polícia militar de Dax, nos arredores do vilarejo de Saint-Pandelon.

Um laboratório da região realizou neste mês pesquisas científicas com o material coletado e confirmou que as "gotas" que cairam do céu são excrementos de origem animal, mas não conseguiu solucionar totalmente o mistério."Nas amostras analisadas, não encontramos bactérias específicas das fezes humanas. Mas não podemos dizer a qual tipo de animal esses excrementos correspondem", afirmou Alain Mesplède, diretor do laboratório de análises científicas da região.

Esperamos que essas aves não sejam migratórias e que nos próximos meses estejam por aqui expelindo sobre nossas cabeças. Acredito que já tenha pombos demais nos céus para realizar este serviço.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A saga da depilação cavada

Texto retirado do ótimo blog Como Usar Calcinha, que está na sessão "Recomendáveis", logo aí do lado.


“Tenta sim. Vai ficar lindo.”

Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.

- “Oi, queria marcar depilação com a Penélope.

- “Vai depilar o quê?”

- “Virilha.”

- “Normal ou cavada?”

Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.

- “Cavada mesmo.”

- “Amanhã, às… deixa eu ver…13h?”

- “Ok. Marcado.”

Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique.

Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando.


Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado.

Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.

- “Querida, pode deitar.”

Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura.


Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus , era O

Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.

- “Quer bem cavada?”

- “…é … é, isso.”

Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.

- “Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.

- “Ah, sim, claro.

Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).

- “Pode abrir as pernas.”

- “Assim?”

- “Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.”

- “Arreganhada, né?”

Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar. Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.

Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar.


Tinha medo de que doesse mais.

- “Tudo ótimo. E você?”

Ela riu de novo como quem pensa “que garota estranha”. Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes.

O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope.


Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.

- “Quer que tire dos lábios?”

- “Não, eu quero só virilha, bigode não.”

- “Não, querida, os lábios dela aqui ó.”

Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que idéia.

Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.

- “Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.”

Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.

- “Olha, tá ficando linda essa depilação.”

- “Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.”

Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. - “Me leva daqui, Deus, me teletransporte”. - Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.

- “Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?”

- “Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.”

Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da puta arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.

- “Vamos ficar de lado agora?”

- “Hein?”

- “Deitar de lado pra fazer a parte cavada.”

Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.

- “Segura sua bunda aqui?”

- “Hein?”

- “Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.”

Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê… Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:

- “Tudo bem, Pê?”

- “Sim… sonhei de novo com o fiofó de uma cliente.”

Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu twin peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cús por dia. Aliás, isso até aliviava minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá?

Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.

- “Vira agora do outro lado.”

Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A bruaca da salinha do lado novamente abre a cortina.

- Penélope, empresta um chumaço de algodão?

Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem?

Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.

- “Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.”

- “Máquina de quê?!”

- “Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.”

- “Dói?”

- “Dói nada.”

- “Tá, passa essa merda…”

- “Baixa a calcinha, por favor.”

Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha!!!…como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cú. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.

” - Prontinha. Posso passar um talco?”

- “Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.”

- “Tá linda! Pode namorar muito agora.”

Namorar…namorar… eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso . Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.

Texto de autoria desconhecida.

domingo, 22 de agosto de 2010

Suicídio é covardia

O suicídio é o ato mais babaca do mundo. Por mais que existam incertezas e decepções na vida, nada justifica alguém tirar algo que é único. Além de ser egoísta, por não levar em conta a dor que as outras pessoas vão sentir por conta de sua morte, o suicida, antes de qualquer coisa, é um covarde.

Esta semana pude acompanhar de perto a dor de uma família que sofreu com a morte de um ente querido. O corpo da mulher foi encontrado dentro de uma mata na região metropolitana do recife.

Fui até o local, que é de difícil acesso, e junto com os policiais militares vi o corpo de uma mulher de 36 anos, vestida, sem sinais de violência, com sangue escorrendo pelas narinas e ouvidos e com várias caixas de remédio de uso controlado vazias ao lado do cadáver.

A mulher era engenheira de uma empresa estatal, solteira e morava com a mãe. Segundo a família, ela não apresentava sinais de depressão e todos foram pegos de surpresa com a notícia do suicídio.

Na última sexta-feira o vocalista da banda inglesa Ou Est Le Swimming Pool, Charles Haddon, de 22 anos, morreu durante o festival, depois de ter escalado um poste atrás do palco principal do festival Pukkelpop, realizado na Bélgica, e se atirado. Ele foi encontrado morto no chão do estacionamento, logo após a apresentação do grupo.

Enquanto Ian Curtis, do Joy Division e Kurt Cobain, do Nirvana, não aguentaram a pressão da fama precoce, segundo a imprensa especializada, com Charles o processo se deu pela possibilidade da fama.

Com isso, ou banda vai cair em imenso ostracismo ou vai vender mais álbuns agora, em uma espécie de celebração mórbida a mais um ato pseudo-heróico de uma estrela do rock.


Respeito a opinião dos góticos, emos e até sei que a depressão é uma doença séria e que precisa de tratamento mais do que especializado, mas como já escrevi no início do texto: Nada justifica uma suicídio.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Jornalistas na pauta dos candidatos

Esse blog é de um malokero. Arrumado, mas malokero. Será que este espaço se enquadra na lista de blogs que o candidato José Serra chamou de sujo?

Bem, ao ser perguntado por jornalistas quais eram os tais blogs sujos que, segundo ele, o governo Lula financia o candidato tucano não quis responder.

A declaração foi feita durante discurso no 8º Congresso Brasileiro de Jornais. Serra afirmou, ainda, que o governo faz "patrulhamentos e perseguições sistemáticas" a jornalistas.

"Boa parte desta estratégia não deixa de ser alimentada por recursos públicos, como por exemplo da TV Brasil, que não foi feita para ter audiência, mas para criar empregos na área de jornalismo e servir de instrumento de poder para um partido."

Acredito, sendo bem corporativista, que quanto mais vagas para jornalistas no mundo melhor. Que a TV Brasil tem uma audiência medíocre é obvio. Mas não dá para dizer que tenha uma programação ruim, muito pelo contrário, o que não existe é uma ação de marketing tão eficiente quanto à dos políticos em época de eleição, para que a TV estatal seja vista como a oitava maravilha do mundo.

E não digo isso para defender o PT ou quem quer que seja, mas sair falando bobagens em época de eleição é fácil.

Em seu discurso, nesta quinta-feira, Serra fez críticas diretas à candidata do PT, Dilma Rousseff, e ao PT por defenderem o "controle da mídia", que segundo ele, nada mais é do que censura e restrição à liberdade de expressão.

Ora caro Serra, o novo presidente da TV Cultura, João Sayad, é muito amiguinho seu. Coincidência ou não, todos os jornalistas que questionaram o candidato do PSDB, sobre os altos preços de pedágios cobrados no estado de São Paulo, saíram da emissora. E até, o cúmulo de tirarem do ar uma matéria sobre o assunto foi feito.

E o Malokero Arrumado quer deixar claro algumas questões:

1 - Esse blog é pessoal e por isso não é imparcial.
2 – O dono do blog não irá votar, para a presidência da república, nos dois candidatos que estão liderando as pesquisas.
3 – Não irá votar neles, mas torce que Tiririca e Reginaldo Rossi sejam eleitos, para que o caderno de política dos jornais fique, no mínimo, mais engraçado.