Eu sei que uma das doutrinas ensinadas nas igrejas é de levar o evangelho a todas as pessoas. Até aí tudo bem. Mas querer empurrar isso goela baixo, não dá. Ainda mais, quando atrapalha a rotineira viagem de ônibus até o trabalho.
Como já falei em um post anterior, sou bastante favorável a música gospel, mas acredito que tudo tem sua hora e seu lugar.
Aconteceu comigo a mesma coisa que aconteceu com a minha amiga blogueira Mulherpolvo. Inventaram esses celulares que tem uma potente caixa de som que reproduz os arquivos mp3 em um alto volume, incomodando muito quem não está a fim de ouvir música.
Certo dia, um irmão evangélico sobe no busão, senta no banco atrás de mim e manda ver os hits mais tocados em todos os templos do Brasil, com direito a Régis Danese – sempre ele – (Entra na minha casa, entra na minha vida...), Aline Barros, Cassiane, Padre Marcelo Rossi e por aí vai.
Não podia deixar a situação daquele jeito. Então resolvi partir para briga. Como bom repórter de rádio, sempre ando com o meu artefato movido a pilha na mochila. Não tive dúvidas, saquei meu radinho e liguei no programa do Geraldo Freire, justamente no horário em que ele toca aqueles boleros de quem perdeu a mulher na zona.
Pronto! O barulho estava feito dentro do coletivo. De um lado este blogueiro mandando ver nas freqüências em AM e do outro lado o irmãozinho querendo pregar o evangelho através do celular.
Era visível que os outros passageiros do ônibus não estavam gostando, desde o princípio, do som ambiente. Até que alguém gritou: “Está demais! Vamos ter um pouco de consciência!”. E não é que o rapaz do celular desligou seu aparelho. Para não parecer que estava acatando o clamor das pessoas do busão, desliguei o meu rádio alguns minutos depois.
Então, venho a público dizer que estou aderindo à campanha da Mullherpolvo, Fones de ouvidos para todos.
Obs: O pregador da palavra de Deus via bluetooth, ainda desceu do coletivo gritando: “Jamais irão calar a voz de Jesus!”, então beleza.
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