quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Literatura e o óbvio: O mundo é uma bola

Ler alguma resenha sobre literatura nos jornais é uma tarefa das mais martirizantes para alguém que procura informação sobre uma boa leitutura.

Geralmente os caras que escrevem essa parte do jornal tem uma prepotência que fica clara em seu texto. As vezes penso cá com meus botões. "Será que alguém, fora esse jornalista, gosta do que ele escreve? (!)"

Sei que existe gosto pra tudo no mundo, e tento respeitar a todos, mesmo que alguns me ofendam. Esses críticos literários me ofendem a cada vez que usam aqueles termos Supracoloquiais. Ok!, os imortais da ABL devem adorar - um dia chego lá.

Falerei sobre um livro aqui, e juro que tentarei ser o menos piegas (como fala uma professora minha) possível.

Seria imaginável um senhor nascido na burguesia americana ser apaixonado por futebol? Sim, futebol. O nosso, jogados com os pés, não o deles. O deles é super (já repararam na mania americana de ser Super, Superbowl, Super-Terça, Superman). Voltando... Franklin Foer é esse senhor. Jornalista político e torcedor fanático do Barcelona, Foer consegue explicar o processo de globalizacão do mundo fazendo um paralelo com o futebol.



COMO O FUTEBOL EXPLICA O MUNDO (JORGE ZAHAR EDITOR LTDA) - Não é um livro sobre futebol, mas dificilmente alguém que não ame esse esporte poderá entendê-lo. A narrativa faz com que o leitor possa esclarecer fatos que ocorreram com a civilização moderna, de uma forma simples e objetiva. Foer mostra que a globalização, ao contrário do que muitos pensam, pode até ascender o nacionalismo de alguns povos. Gangsters sérvios, hooligans ingleses, cartolas que lucram com o ódio entre protestantes e católicos na irlanda, Corruptos dirigentes brasileiros, nigerianos que jogam na Croácia, fanáticos catalãos, magnatas italianos. Todos estes personagens, dentre outros, saó usados para explicar o mundo em que vivemos e culpa a processo de globalização tem em tudo isso.

Você deve fazer a mesmo questionamento que eu fiz quando li as primeiras páginas do livro. Para um americano falar de globalização no futebol deve ser muito fácil, ele é fruto de uma superpotência (tá ficando ruim falar de EUA sem usar o superlativo...) que impõem um modo de pensar em todo o mundo. Porém parei e pensei, a maior frustração dos americanos deve ser o fato de não poderem dominar o esporte mais popular do mundo. Eles tem que se contentar com aqueles esportes esquisitos, que só eles mesmo curtem. Deve ser horrível ser americano e ser apaixonado pelo nosso futebol. Ter que ser engolido pela grande mídia ianque, tendo que correr para canais de Tv à cabo pra saciar sua paixão. Provavelmente não deve ser fácil também ser apaixonado por futebol americano em terras tupiniquins.

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